Tumulto encerra mais cedo visita à taça em Belém

Os manifestantes rompem as grades de contenção e tentam invadir o prédio do São José Liberto, onde a taça da Copa da Fifa 2014 estava em exposição ao público

Cerca 300 jovens saíram ontem às ruas do centro de Belém para protestar contra o reajuste da passagem de ônibus urbanos de R$ 2,20 para R$ 2,40, em vigor desde segunda-feira última, e a realização da Copa 2014 no Brasil, cuja taça encontrava-se ontem na capital paraense. Como resultado da manifestação, houve tumulto durante a tentativa de invasão pelos manifestantes ao prédio-sede do Espaço São José Liberto, no Jurunas, onde estava a taça e, ainda, ônibus quebrados, quatro estudantes detidos e dois policiais militares atingidos com pedradas, além de ruas engarrafadas e trânsito lento. Cidadãos na fila para entrar no São José Liberto e ver a taça tiveram que sair às pressas do local e na avenida 16 de Novembro motoristas passaram momentos de tensão com a passagem em protesto dos manifestantes.

A manifestação começou com uma passeata na Praça da República, no final da tarde, pela Serzedelo Corrêa, Gama Abreu, Padre Eutíquio e Conselheiro Furtado até o entorno da Praça Amazonas, na avenida 16 de Novembro. Com a chegada dos manifestantes ao local, por volta das 19 horas, o trânsito foi desviado. Com faixas e cartazes, os manifestantes concentraram-se em frente ao São José Liberto, onde muita gente, incluindo crianças e idosos, estava para ver a taça da Copa 2014. Com palavras de ordem, como “Ei, FIFA, paga a minha tarifa!”, “Eu pago, não deveria; transporte público não é mercadoria!”, “Na Copa vai ter juventude em luta” e “Se o povo se unir, a tarifa vai cair”, os manifestantes partiram para invadir o São José Liberto. 

Grades de ordenamento da fila de visitantes foram derrubadas e houve corre-corre. Alguns manifestantes entraram no São José Liberto, mas foram contidos por seguranças. Com 100 homens e sob a coordenação do comandante do CPC, coronel Roberto Campos, a PM usou bombas de gás lacrimogêneo e spray de pimenta para conter os manifestantes. Um deles quebrou um display da Coca-Cola, patrocinadora do evento. A programação de visitas teve seu término antecipado, como medida de segurança.